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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

TIPOS DE ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS - Grande dica!


Causa

A idéia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca um determinado fato. As orações subordinadas adverbiais que exprimem causa são chamadas causais. A conjunção subordinativa mais utilizada para a expressão dessa circunstância é "porque". Outras conjunções e locuções conjuntivas muito utilizadas são "como" (sempre introduzindo oração adverbial causal anteposta à principal), "pois", "já que", "uma vez que", "visto que".

Exemplos:
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve outra alternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu não vou.

Por ter muito conhecimento (= Porque/Como tem muito conhecimento),
é sempre consultado. (reduzida de infinitivo)

Conseqüência

A idéia de conseqüência está ligada àquilo que é provocado por um determinado fato. As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem o efeito, a conseqüência daquilo que se declara na oração principal. Essa circunstância é normalmente introduzida pela conjunção "que", quase sempre precedida, na oração principal, de termos intensivos, como "tão, tal, tanto, tamanho".

Exemplos:
A chuva foi tão forte que em poucos minutos as ruas ficaram alagadas.
Tal era sua indignação que imediatamente se uniu aos manifestantes.
Sua fome era tanta que comeu com casca e tudo.

Condição

Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. A conjunção mais utilizada para introduzir essas orações é "se"; além dela, podem-se utilizar "caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a menos que, sem que, uma vez que" (seguida do verbo no subjuntivo).

Exemplos:
Uma vez que você aceite a proposta, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Não saia sem que eu permita.
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será o campeão.
Conhecendo os alunos ( = Se conhecesse os alunos), o professor não os teria punido. (oração reduzida de gerúndio)

Concessão

A idéia de concessão está diretamente ligada à idéia de contraste, de quebra de expectativa. De fato, quando se faz uma concessão, não se faz o que é esperado, o que é normal. As orações adverbiais que exprimem concessão são chamadas concessivas. A conjunção mais empregada para expressar essa relação é "embora"; além dela, podem ser usadas a conjunção "conquanto" e as locuções "ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, apesar de que".

Exemplos:
Embora fizesse calor; levei agasalho.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da população
continua à margem do mercado de consumo.

Foi aprovado sem estudar ( = sem que estudasse / embora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

Comparação

As orações subordinadas adverbiais comparativas contêm fato ou ser comparado a fato ou ser mencionado na oração principal. A conjunção mais empregada para expressar comparação é "como"; além dela, utilizam-se com muita freqüência as estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: "tão... como" (quanto), "mais (do) que", "menos (do) que".

Exemplos:
Ele dorme como um urso (dorme).
Sua sensibilidade é tão afinada quanto sua inteligência (é).

Como se pode perceber nos exemplos acima, é comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas. Isso só não ocorre quando se comparam ações diferentes ("Ela fala mais do que faz." - nesse caso, compara-se o falar e o fazer).

Conformidade

As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam idéia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um caminho, um modelo adotado para a execução do que se declara na oração principal. A conjunção típica para exprimir essa circunstância é "conforme"; além dela, utilizam-se "como, consoante e segundo" (todas com o mesmo valor de conforme).

Exemplos:
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos iguais.
Segundo atesta recente relatório do Banco Mundial, o Brasil é o campeão mundial de má distribuição de renda.

Finalidade

As orações subordinadas adverbiais finais exprimem a intenção, a finalidade do que se declara na oração principal. Essa circunstância é normalmente expressa pela locução conjuntiva "a fim de que"; além dela, utilizam-se a locução "para que" e, mais raramente, as conjunções "que" e "porque" ( = para que).

Exemplos:
Vim aqui a fim de que você me explicasse as questões.
Fez tudo porque eu não obtivesse bons resultados. (- para que eu não obtivesse...)
Suportou todo tipo de humilhação para obter o visto americano. (= para que obtivesse...) (reduzida de infinitivo)

Proporção

As orações subordinadas adverbiais proporcionais estabelecem relação de proporção ou proporcionalidade entre o processo verbal nelas expresso e aquele declarado na oração principal. Essa circunstância normalmente é indicada pela locução conjuntiva "à proporção que"; além dela, utilizam-se "à medida que" e expressões como "quanto mais", "quanto menos", "tanto mais", "tanto menos".

Exemplos:
Quanto mais se aproxima o fim do mês, mais os bolsos ficam vazios.
Quanto mais te vejo, mais te desejo.
À medida que se aproxima o fim do campeonato, aumenta o interesse da torcida pela competição.
À proporção que se acumulam as dívidas, diminuem as possibilidades
de que a empresa sobreviva.

Tempo

As orações subordinadas adverbiais temporais indicam basicamente idéia de tempo. Exprimem fatos simultâneos, anteriores ou posteriores ao fato expresso na oração principal, marcando o tempo em que se realizam. As conjunções e locuções conjuntivas mais utilizadas são "quando, enquanto, assim que, logo que, mal, sempre que, antes que, depois que, desde que".

Exemplos:
"Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver." (Milton Nascimento & Fernando Brant)
"Enquanto os homens exercem seus podres poderes, motos e fuscas avançam os sinais vermelhos e perdem os verdes: somos uns boçais (Caetano Veloso)
Mal você saiu, ela chegou.
Terminada a festa, todos se retiraram. ( Quando terminou a festa) (reduzida de particípio)


Observação: Mais importante do que aprender a classificar as orações subordinadas adverbiais é interpretá-las adequadamente e utilizar as conjunções e locuções conjuntivas de maneira eficiente. Por isso, é desaconselhável que você faça o que muita gente costuma indicar como forma de "aprender as orações subordinadas adverbiais": "descabelar-se" para decorar listas de conjunções e, com isso, conseguir dar um rótulo as orações.

Essa prática, além de fazer com que você se preocupe mais com nomenclaturas do que com o uso efetivo das estruturas lingüísticas, é inútil quando se consideram casos mais sutis de construção de frases. Observe, nas frases seguintes, o emprego da conjunção como em diversos contextos: em cada um deles, ocorre uma oração subordinada adverbial diferente. Como seria possível reconhecê-las se se partisse de uma lista de conjunções "decoradas"? É melhor procurar compreender o que efetivamente está sendo declarado.

Como dizia o poeta, "a vida é a arte do encontro".
(valor de conformidade)

Como não tenho dinheiro, não poderei participar da viagem.
(valor de causa)

"E cai como uma lágrima de amor." (Antônio Carlos Jobim & Vinicius
de Moraes) (valor de comparação)

Há até casos em que a classificação depende do contexto: "Como o jornal noticiou, o teatro ficou lotado". A oração subordinada adverbial pode ser causal ou conformativa, dependendo do contexto.
AS ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS E A PONTUAÇÃO

A pontuação dos períodos em que há orações subordinadas adverbiais obedece aos mesmos princípios observados em relação aos adjuntos adverbiais. Isso significa que a oração subordinada adverbial sempre pode ser separada por vírgulas da oração principal. Essa separação é optativa quando a oração subordinada está posposta à principal e é obrigatória quando a oração subordinada está intercalada ou anteposta.

Exemplos:
Tudo continuará como está se você não intervier;
ou Tudo continuará como está, se você não intervier.
Disse que, quando chegar, tomará todas as providências.
Quando chegar, tomará todas as providências.

Por: Eduardo Fernandes Paes (http://www.mundovestibular.com.br)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Salário de professores do primário é o 3º pior do mundo


O professor brasileiro de primário é um dos que mais sofre com os baixos salários, mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgada ontem, em Genebra, na Suíça. A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia.

Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas. Além disso, o valor foi estipulado antes da recente desvalorização do real diante do dólar. Hoje, esse resultado seria ainda pior, pelo menos em relação à moeda americana.

Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.

Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.

O estudo mostra que, no País, apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas.

A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.

Fonte: Jornal do Commercio - Rio de Janeiro

Dez dicas para concursos - PCI Concursos

Um resumo de algumas dicas que irão ajudar os "concurseiros" de plantão.

1ª Dica: Motivação;
2ª Dica: A eterna competição entre o lazer e o estudo;
3ª DICA: A simplicidade e a objetividade são indispensáveis na prova;
4ª DICA: A técnica da prática: aprenda a fazer, fazendo;
5ª DICA: Nunca despreze uma idéia nova ou uma opinião sem meditar e refletir;
6ª DICA: Administre seu tempo para o estudo;
7ª DICA: Monte um projeto de estudo;
8ª DICA: Não defina prazos: estabeleça um objetivo;
9ª DICA: Realize exercícios em horários programados;
10ª DICA: Faça um resumo para a prova.

Fonte: www.pciconcursos.com.br

Preconceito linguístico e variação - Arquiles Campos


Muitas pessoas, no Brasil, esboçam preconceitos de diferentes naturezas. Discriminam o próximo por sua opção sexual, por sua cor, por sua classe social, por não saber falar o português padrão etc. A maioria reconhece a existência de todas essas formas de preconceito, com exceção do último tipo de preconceito citado, o que os linguistas denominam de preconceito linguístico. Por isso, combater esse tipo de preconceito nem passa por suas cabeças, pois é como se não existisse. Já os outros tipos de preconceitos são enquadrados dentro dos “politicamente incorretos”, o que motiva as pessoas ao combate explícito.
É muito importante para professores e alunos o conhecimento de que toda língua é heterogênea e suas respectivas variações devem ser respeitadas e estudas por todos e o papel do professor de língua materna é de suma importância para que não haja nenhum tipo de preconceito quanto ao uso da língua. É importante saber que existe uma grande variedade linguística em nosso país, tanto por razões geográficas, quanto socioeconômicas.Uma vez que todas as línguas variam, ou seja, que em nenhuma sociedade ou comunidade todos falem da mesma forma, é necessário saber lidar com essas diferenças.
Devemos ficar atentos para alguns “erros” que, na verdade, são a utilização de uma norma não padrão que o professor tende normalmente a repreender, fornecendo ao aluno a variante padrão como a única norma legítima e prestigiada pela sociedade. Apesar dos vários estudos existentes sobre a variação linguística, essa questão ainda é muito complexa e gera dúvidas e controvérsias. Basta ver como o assunto é tratado nos ambientes de ensino de língua materna.

Arquiles Campos

Uma das obras mais valiosas de Poe: The Raven



O Corvo - Tradução de Machado de Assis

Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."



Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará jamais.



E o rumor triste, vago, brando,
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto e: "Com efeito
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."



Minhalma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora -
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse: a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.



Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta:
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.



Entro co'a alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais tarde; eu, voltando-me a ela:
"Seguramente, há na janela
Alguma coisa que sussurra. Abramos.
Ela, fora o temor, eia, vejamos
A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais.
Devolvamos a paz ao coração medroso.
Obra do vento e nada mais."



Abro a janela e, de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre Corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
De um lord ou de uma lady. E pronto e reto
Movendo no ar as suas negras alas.
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;
Trepado fica, e nada mais.



Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo - o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais:
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o Corvo disse: "Nunca mais."



Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que lhe eu fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Coisa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta,
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta e dizer em resposta
Que este é o seu nome: "Nunca mais."



No entanto, o Corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o Corvo disse: "Nunca mais."



Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: "Nunca mais."



Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao Corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera.
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais."



Assim, posto, devaneando,
Meditando, conjecturando,
Não lhe falava mais; mas se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava,
Conjecturando fui, tranqüilo, a gosto,
Com a cabeça no macio encosto,
Onde os raios da lâmpada caiam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam,
E agora não se esparzem mais.



Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso.
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível;
E eu exclamei então: "Um Deus sensível
Manda repouso à dor que te devora
Destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."
E o Corvo disse: "Nunca mais."



"Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: "Existe acaso um bálsamo no mundo?"
E o Corvo disse: "Nunca mais."



"Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
Por esse céu que além se estende,
Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
No Éden celeste a virgem que ela chora
Nestes retiros sepulcrais.
Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."



"Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa!, clamei, levantando-me, cessa!
Regressa ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo.
Vai-te, não fica no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua,
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o Corvo disse: "Nunca mais."



E o Corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!


Tradução de Machado de Assis - 1883

Literatura Norte-americana: Edgar Allan Poe, o gênio do fantástico


Edgar Allan Poe nasceu em 19 de Janeiro de 1809, no nr. 33 da rua Hollis, em Boston, onde a sua mãe e seu pai, Davi Poe, trabalhavam como atores. Elizabeth Arnold Poe morreu em Richmond (E.U.A.) em dezembro de 1811 e Edgar foi entregue à família de John Allan, membro da firma Ellis e Allan, que comercializava tabaco. Poe é considerado, juntamente com Jules Verne, um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas. Algumas das suas novelas, como The Murders in the Rue Morgue (Os Crimes da Rua Morgue), The Purloined Letter (A Carta Roubada) e The Mystery of Marie Roget (O Mistério de Maria Roget), figuram entre as primeiras obras reconhecidas como policiais, e, de acordo com muitos, as suas obras marcam o início da verdadeira literatura norte-americana.Diferentemente da maioria dos autores de contos de terror, Poe usa uma espécie de terror psicológico em suas obras, seus personagens oscilam entre a lucidez e a loucura, quase sempre cometendo atos infames ou sofrendo de alguma doença. Seus contos geralmente são narrados na primeira pessoa.

J.R.R. Tolkien e seu mundo mitológico!



A obra literária do professor e filólogo J.R.R. Tolkien não teve paralelos em todo século XX. Estudioso apaixonado pela língua e literatura da Inglaterra medieval, Tolkien sentia que faltava à sua terra uma mitologia digna desse nome. Unindo o desejo de dar uma mitologia à Inglaterra com o prazer que sentia em criar línguas (algo que estava estreitamente ligado a seu processo criativo), Tolkien deu início a um grandioso ciclo de lendas, ambientado num passado mítico.
O resultado desse projeto são os livros "O Silmarillion", "O Hobbit" e "O Senhor dos Anéis", tendo o último ultrapassado a marca de 150 milhões de exemplares vendidos no mundo todo. Atualizando os romances e poemas épicos medievais, Tolkien criou um cenário majestoso e detalhado onde humanos e outros povos (elfos, anões e hobbits) enfrentam Morgoth e seu servo Sauron, "anjos" caídos que desejam escravizar toda a Terra-média.
Sua extraordinária capacidade e paixão como filólogo valeram-lhe o elogio do colega C.S. Lewis: "Ele esteve dentro da língua". Em pesquisa realizada pela livraria virtual Amazon.com em 1999, "O Senhor dos Anéis" foi eleito o livro do milênio.

Saiba mais: www.conselhobranco.com.br

Imagens: The Lord of the Rings and The Hobbit



domingo, 17 de janeiro de 2010

J. R. R. Tolkien e o Hobbit


J.R.R.Tolkien ainda é um nome pouco conhecido no Brasil, mas em muitos outros paises e em especial na Europa, ele é conhecido como sendo o criador da Alta-Fantasia. Seus livros narram histórias sobre terras míticas, povos maravilhosos, grandiosas batalhas, lendas heróicas e mitos perdidos sobre os primórdios do mundo. Tolkien foi um escritor muito detalhista, para ele não bastava escrever uma história, ela deveria EXISTIR! Seus mundos inventados tiveram idiomas, geografia, fauna, flora, costumes e outros detalhes tão bem estudados e criados que até mesmo os leitores mais detalhistas não encontraram falhas em sua narrativa.
Prelúdio de O Senhor dos Anéis, O Hobbit conquistou sucesso imediato quando foi publicado em 1937. Vendeu milhões de cópias em todo o mundo e estabeleceu-se como um clássico moderno e um dos livros mais influentes de nossa geração.
A estória narra o longo e perigoso trajeto de um hobbit chamado Bilbo Bolseiro (tio de Frodo, um dos principais protagonista do clássico O Senhor dos Anéis). A viagem é repleta de aventuras das quais ele desgota até a Montanha Solitária em busca do tesouro roubado pelo dragão Smaug anos atrás. Tudo começa num dia inesperado em que Bilbo recebe a visita de Gandalf com 13 anões, entre eles Thorin Escudo-de-Carvalho - cuja família teve roubado o tesouro. Alguns dos feitos narrados em O Hobbit influirão nos acontecimentos posteriores de O Senhor dos Anéis).

Saiba mais: www.duvendor.com.br/portal/